05:07 / Postado por apóstoloivan /

2. Natureza do discipulado


Qual a natureza do discipulado cristão?.
Esta pergunta só será bem respondida à luz das Escrituras. De outra forma corremos o risco de por conceitos humanos em algo que é puramente divino, pois o sentido bíblico para o discipulado é totalmente diferente e oposto ao que encontramos em outras religiões. Vejamos.

2.1. Conceito de discipulado.

Discipular é, naturalmente, fazer discípulo. Fazer discípulo é formar alunos. Mas isso na esfera natural, pois no modelo bíblico vai mais além.
Discipular é gerar Cristo no discípulo, ou seja, quando formo discípulos, segundo o modelo de Jesus, não apenas ensino conceitos ou religião, mas transmito vida, a vida de D’us.
“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida” João 6:63.
Ao fazer esse discurso, que é concluído com estas palavras, Jesus provoca um escândalo em seus ouvintes. Tudo começa quando ele confronta a multidão que o seguia dizendo: “Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes” João 6:26. Uma multidão de “seguidores”, famintos sim, mas não pelo verdadeiro pão. Uma multidão que não via o verdadeiro alimento “o pão vivo que desceu do céu”. Jesus estava querendo trazer seus ouvintes para a esfera espiritual, para o seu próprio nível.
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna” 6:54
“Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e meu sangue verdadeiramente é bebida” 6:55.
Comer a carne é identificar-se com a forma de vida em que Jesus viveu.
Beber o sangue tem a ver com a aliança, com o pacto de fidelidade.
“Assim como o Pai que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim quem de mim se alimenta também viverá por mim” 6:57
Chegamos à conclusão que o discipulador é um mordomo que alimenta o discípulo com a verdadeira comida celestial, para que este “tenha a vida eterna”, ou seja, alimenta seus discípulos do Cristo Vivo.
Discipular é transmitir vida.
Isso implica em que quando estou fazendo discípulos, estou não só transmitindo a “vida de Cristo”, como também minha própria vida. Tudo o que sou; caráter, personalidade, virtudes ou vícios, etc.. E isto me faz entender que só pode ser discipulador quem for discípulo. Como posso transmitir a vida de Cristo para outros se eu não a tenho? Quando estou discipulando, estou vivendo com o discípulo a vida de D’us. Juntos desfrutamos do “Pão da Vida”. “Não tenho ouro nem prata, mas o que tenho isso te dou...” Atos 3:6. Só poderemos dar o que temos. De outra forma seremos mentirosos.



2.2. A essência do discipulado

Como já vimos, fazer discípulos é “gerar Cristo” em outras vidas.
Essa deve ser a essência do discipulado. O discipulador não descansa enquanto não ver a natureza do Cristo em seus discípulos. E aqui cabe uma pergunta: Em quanto tempo uma pessoa adquire a natureza de Cristo? Três anos? Pode ser que alguém dê esta resposta por entender que como Jesus passou este período com seus discípulos, é o tempo necessário para a formação de um discípulo. Esta é uma resposta errada, pois encontramos no principio da Igreja discípulos preconceituosos, de visão limitada. Os mesmos homens que estiveram nestes três anos com Jesus. Não dá para fazer uma análise da Igreja Primitiva aqui. Aí, veríamos que estes anos que eles passaram com Jesus não foram suficientes para “saírem com a natureza de Cristo neles”.
Logo concluímos que o tempo necessário para a formação de um verdadeiro discípulo vai além do tempo mensurável, ou seja, o verdadeiro discípulo chega à “estatura de varão perfeito” Ef. 4:13 não em um ano, dois, três, cinqüenta, etc.. Leva uma vida inteira.
A essência do discipulado é esta: Trabalhar com o discípulo até que a “vida de D’us” seja manifesta nele, e isto leva a vida inteira.
O discípulo está ligado ao seu discipulador por todo tempo: - “Ao menos isto é o ideal!”.
Os bons professores são sempre consultados por seus alunos, ainda que estes já estejam formados e experientes na profissão.

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